sábado, 2 de julho de 2011

SACRO IMPERIO ROMANO GERMANICO

O Sacro Imperador Romano-Germânico era, como regra geral, o soberano do Sacro Império Romano-Germânico(962-1806), antecessor de diversos países, quase todos na Europa Central.
Considera-se que o título imperial passou dos romanos para o Reino Franco quando, em 800 d.C., o Papa Leão III coroou o rei dos francos, Carlos Magno, imperador e este, por proteção à igreja Católica, na qualidade de patrício dos romanos e por força de sua dignidade imperial, condenou os perseguidores do pontífice à morte, condenação que foi retirada por intervenção do próprio papa. Após a divisão do reino franco em três partes pelo tratado de Verdun, de 843, o título ficou vinculado, em princípio, ao reino central lotaríngio, mas terminou por passar para o do leste quando Oto I, o Grande, duque dos saxôes, rei franco oriental, foi coroado imperador em 962. A transferência do título foi justificada pela teoria política medieval da translatio imperii.
De início, o imperador se autointitulava Imperator Augustus, empregando títulos do antigo Império Romano. O título "Sacro Imperador Romano", bem como o nome do Sacro Império Romano, surgiu apenas nos séculos seguintes (e os historiadores acrescentam a qualificação "-Germânico" ao título e ao império, acusando o caráter eminentemente alemão da entidade política e do território que esta controlava).
O imperador era escolhido por um grupo de príncipes posteriormente conhecidos como príncipes-eleitores, mas, até a sua coroação pelo Papa em Roma, ostentava apenas o título de Rei dos Romanos (rex romanorum). Ao receber a coroa imperial, o imperador mantinha o título de rei (título este com funções dadas pelo direito feudal). A partir de 1508, dispensou-se a obrigação da coroação pelo papa para que o eleito pudesse envergar o título imperial (ou, formalmente, de "imperador-eleito").
O título de imperador tinha conotações religiosas, o que sugeria uma obrigação de proteger a igreja Católica(o próprio Carlos Magno se arrogava a suprema chefia da Igreja, recebida com o título imperial). O imperador também era ordenado como sub-diácono, o que excluía não-católicos e mulheres do trono. A relação precisa entre as funções temporal e religiosa do título nunca ficou muito clara e causou conflitos sérios entre os duques germânicos e o papa, como, por exemplo, na Questão das Investiduras no século XI.
A seleção do rei/imperador era influenciada por diversos fatores. Como o título era formalmente eletivo, a sucessão era hereditária apenas até um certo ponto, embora costumasse ocorrer dentro de uma mesma dinastia até que se esgotassem os sucessores. O processo exigia que o candidato fizesse concessões aos eleitores, o que contribuía para o declínio do poder central (do imperador) em favor dos príncipes territoriais do Império. O colégio dos eleitores foi fixado em sete pela Bula Dourada em 1356; em 1623, durante a Guerra dos Trinta Anos, acrescentaram-se outros eleitores.
Após 1438, o título permaneceu nas mãos da Casa de Habsburgo, com a breve exceção de Carlos VII, da Casa de Wittelsbach. O título foi finalmente abolido em 1806

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